domingo, 24 de dezembro de 2023

A TRADIÇÃO ATENIENSE E SEUS SABUJOS



- Flávio Reis

Há pouco mais de duas décadas, em 2001, um pequeno livro causava um rebuliço na historiografia maranhense, A Fundação Francesa de São Luís e Seus Mitos, da professora Maria de Lourdes Lauande Lacroix. Nos anos seguintes, um intenso debate tomou corpo através dos jornais, principalmente no Caderno Alternativo, de O Estado do Maranhão. Livro provocante, de escrita enxuta e direta, trazia uma percepção diferente para uma questão que, de maneira descontínua, perpassou a memória da cidade no século XX: a fundação francesa de São Luís. O debate se arrastou por quase uma década e se ouviu todo tipo de simplismo e sandice para afirmar aquilo que a professora chamou de mito fundador.

Aquele era ainda um tempo em que os debates se faziam pelos jornais. Hoje, com o desenvolvimento da internet e das redes sociais, tudo se modificou muito e os grupos de aplicativos de mensagens são uma forma nova de circulação de ideias e debates. São grupos privados, mas seus integrantes muitas vezes esquecem que não estão numa antiga sala de estar, onde se falava mal dos outros, distorcia a realidade e dava vazão a seus delírios de grandeza pessoal em recintos fechados, o que não impedia os fuxicos e eventuais desavenças. Hoje, nos novos espaços virtuais, as declarações e mensagens ficam gravadas e circulam para além do grupo. É neste contexto que novas sandices são propaladas de forma totalmente agressiva e irresponsável, ditas sem nenhuma base histórica.

É o que ocorreu recentemente num grupo voltado para discussões sobre a cidade de São Luís, onde o sr. Antonio Norberto, que deve se considerar um pesquisador e grande estudioso em defesa das tradições e glória da Atenas Brasileira, saiu com essa pérola do desvario e da torpeza, que transcrevo:

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terça-feira, 15 de agosto de 2023

Arquivo NAVILOUCA


 NAVILOUCA, a revista-valise do início dos anos 70, delírio torquateano/walyano, ponto de encontro entre concretos, neoconcretos, tropicalistas, marginais. Este Arquivo recupera as notícias em torno da publicação, anúncios, adiamentos, expectativas, lançamento e reúne um desfile de memórias e lembranças variadas, ensaios, comentários, poesias, tendo a revista como foco, tudo imerso em cores e imagens, num projeto gráfico igualmente delirante.           

Download abaixo:

Arquivo NAVILOUCA

segunda-feira, 3 de julho de 2023

Carver


 O encontro dos poetas Celso Borges e Fernando Abreu com a poesia de Raymond Carver, no ano passado, foi festejado da forma mais apropriada possível: cada um escreveu um poema abordando o impacto do encontro. Ao lado de um poema do próprio Carver, os textos resultaram no livreto que leva apenas o nome do autor estadunidense (Carver, Ed. Passagens, 2023) e que terá lançamento nesta quarta-feira (07) no evento “Carver & UNS”, que reúne música e leitura de poesia (ver serviço).

Considerado o Tchekov do século XX, pela sua maestria na arte do conto curto, o estadunidense do Oregon Raymond Carver foi limpador de banheiros, garçom, frentista e vendedor de carros e medicamentos antes de se transformar em escritor consagrado pela crítica.

Donwload gratuito abaixo: 

Carver




terça-feira, 27 de junho de 2023

Crise da Democracia

Dois ensaios de Flávio Reis sobre a crise atual da democracia e a ascenção do populismo reacionário.

        - Regressão democrática e teoria política;

        - O Brasil na encruzilhada: visões da crise política. 

***

    A democracia liberal, que nos anos 1990 foi proclamada como triunfante entre todos os regimes de governo, atravessa severa crise, que põe em xeque não apenas as suas formas, mas seus fundamentos, e desta vez, sem que o problema esteja associado a deficiências das chamadas republiquetas, pois a crise também atinge democracias ditas consolidadas. Crises não são novidades na trajetória das democracias e, talvez, sejam até o seu estado natural em face das críticas à esquerda e à direita que historicamente lhe são dirigidas, sob acusação de formalismo sem conteúdo social ou como onerosa e ingovernável devido aos incessantes direitos. A singularidade atual reside em desconstrução interna, associada a um casamento e um divórcio: casamento com o neoliberalismo, que pra além da face econômica, se expressa como subjetividade e concepção de mundo, e divórcio com os valores políticos liberais.

    Neoliberalismo objetivado na competição, na insolidariedade e no simulacro do mérito como alternativa aos direitos; que desresponsabiliza o poder público com o bem estar social e atribui aos indivíduos essa realização. Ruptura com os valores políticos do liberalismo pela negação do Estado democrático de direitos, materializada em poder monocrático, manipulação das regras do jogo, tentativas de eliminar os freios e contrapesos entre os poderes, culto da violência e apelos ao irracional, tudo customizado nos moldes de uma “guerra cultural”.

    O Brasil, sempre tomado como periférico, assumiu papel central nesse processo de desconstrução democrática, pela brutalidade do populismo reacionário aqui instalado, com a ascensão de Jair Bolsonaro à presidência da república em 2018, sob o signo de desconstruir em 4 anos os quase 40 da Constituição chamada de cidadã. Surfando na onda internacional de ascensão da extrema direita, o desmonte aqui também se deu de dentro pra fora; não descuidou da tradicional violência e interdição contra qualquer ameaça de ativismo ou organização social, claro, mas empreendeu inédita degradação institucional e instrumentalização de redes de ódios e irracionalismos, ao tempo em que mobiliza apoios para uma indisfarçada ruptura democrática.

    Crise da democracia – dois ensaios, do historiador e cientista político Flávio Reis, traz, à luz da literatura recente, uma abordagem profunda e certeira sobre esses destroços, desafios e os cenários ainda em aberto.

Arleth Borges



Download abaixo: 

CRISE DA DEMOCRACIA